Comissão de Educação, Cultura e Esportes promove audiência sobre retorno às aulas presenciais
A Comissão de Educação, Cultura e Esportes da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) realizou na manhã desta sexta-feira, 8, uma Audiência Pública para discutir sobre o Retorno às Aulas Presenciais no Pós-Pandemia. A audiência foi aprovada por unanimidade pelo plenário da Casa, através do Requerimento nº 156/2022.
A professora Antônia Arimatéia, que na audiência representou a secretária de educação do Município de Aracaju, Cecília Tavares Leite, explicou que o ato de pensar a suspensão das aulas presenciais não foi uma decisão da Secretaria de Educação de Aracaju. "É de extrema importância frisar que não estamos no pós-pandemia, nós continuamos na pandemia. Temos a falsa sensação que acabou, mas não. Precisamos que nossas ações voltem ao normal, mas precisamos ter a consciência que ela não acabou", alerta.
Antônia também lembrou da parceria que foi realizada entre a Câmara Municipal de Aracaju e a Secretaria Municipal de Educação que, durante as aulas remotas no período pandêmico, todas as aulas da rede municipal de Aracaju foram transmitidas pelo canal da Tv Câmara. "Fizemos diversas adaptações para as aulas remotas, inclusive com a TV Câmara, que passamos a exibir nossas aulas através do canal do parlamento. Além disso, mesmo com aulas remotas nós distribuímos a merenda escolar. Todos os alunos da rede receberam o kit da alimentação escolar", informou.
Taíse Cavalcante, representante da secretária Municipal de Saúde, Waneska Barboza, explicou como se deu a liberação por parte do comitê de avaliação para o retorno das aulas presenciais, tanto na rede particular, quanto na rede pública. "Enquanto saúde, desde março de 2020 a Secretaria já vinha trabalhando a questão da pandemia porque ela já se apresentava desde dezembro 2019. Temos uma equipe até hoje que semanalmente se reúne para analisar os dados da Covid-19. Quando as escolas particulares resolveram voltar às aulas presenciais, nós informamos que não houve um aumento da transmissão, o que deu uma segurança à época para o retorno dessas aulas. Agora em março, com o retorno das escolas públicas, nós tivemos o menor número de transmissão nesses últimos meses nesse grupo de 0 a 17 anos , mesmo com a entrada da Ômicron em janeiro deste ano".
O vice-presidente da Federação dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado de Sergipe (Fenen), João Sebastião dos santos Filho, falou sobre as perdas educacionais das crianças que precisaram ter aulas remotas e pediu campanhas de incentivo à vacinação para a flexibilização do uso de máscaras no ambiente escolar. "Em termos de escolas privadas em Sergipe, tivemos que criar estratégias e meios para continuar acontecendo as aulas, mesmo de forma remota. Infelizmente, observamos hoje que houve uma estagnação e até regressão no ensino, principalmente para crianças no início de aprendizado. A flexibilização do uso de máscaras nas escolas ainda não ocorre pela falta de vacinação ou insuficiência dela. A gente precisa da ajuda da Câmara, da Secretaria de Saúde e Educação para que, de forma conjunta, possamos tanto informar, como motivar, a vacinação da população. Dependemos disso para liberar o uso de máscaras nas escolas", disse.
O vereador e presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esportes, Eduardo Lima (Republicanos), diz que será elaborado um relatório de tudo que foi exposto na audiência. "Essa audiência terá muitos frutos para podermos preservar o sistema de garantia de direitos e para que possamos avançar na valorização de professores, alunos e cuidado com a coisa pública. Será elaborado um documento da Comissão de Educação da CMA que será apresentado a Secretaria Municipal de Educação com todas as demandas apresentadas aqui nesta audiência", informou o parlamentar.
Para a vereadora Linda Brasil (Psol) ainda estamos na pandemia. "De acordo com a Secretaria de Saúde a gente ainda tem um grande índice de crianças que estão sendo infectadas, principalmente nesse período de chuvas. Algumas posturas de pais em dizer que as crianças têm autonomia, eu acho perigoso. Esse prejuízo que esses alunos tiveram durante as aulas remotas é preciso ser sanado com investimentos. O ambiente escolar precisa ser fortalecido", acredita.
Já a vereadora professora Ângela Melo (PT), que também é membro da Comissão de Educação, Cultura e Esportes da Câmara, diz que é uma defensora de educação pública e referenciada para todos. A parlamentar falou que ainda não é tempo de tirar a máscara. "Quando a gente relaxa oficialmente, a gente acha que pode tudo e a pandemia não acabou. Fiz uma solicitação ao Executivo e a vacinação foi até às escolas e quero apelar para que a Secretaria de Educação faça concurso público para professores, psicólogos".