CMA entrega Título de Cidadania Aracajuana para Expedita Ferreira, filha de Lampião

por Agência Câmara de Aracaju — publicado 28/10/2024 07h00, última modificação 04/11/2024 17h19
A autoria foi do presidente da casa Ricardo Vasconcelos
CMA entrega Título de Cidadania Aracajuana para Expedita Ferreira, filha de Lampião

Foto: China Tom

Na tarde desta quinta-feira (11), o presidente da Câmara Municipal de Aracaju, Ricardo Vasconcelos, entregou o título de cidadania aracajuana para Expedita Ferreira Nunes. Filha de Virgulino Ferreira Silva e Maria Gomes de Oliveira, então conhecidos como Lampião e Maria Bonita. Expedita nasceu na Fazenda Exu em Porto da Folha, em 13 de setembro de 1932.

“Dona Expedita nos dias de hoje, traz toda a história dos pais. É uma memória viva! É Lampião e Maria Bonita sendo tratado e recontado aqui para nós. Esse  título é muito simbólico para mim. Talvez tenha sido um dos mais prestigiados aqui na Câmara de Vereadores. E ela faz jus a isso”, disse Ricardo Vasconcelos. Além disso, o vereador confirmou o apoio da CMA para a construção do Museu do Cangaço. 

“Eu não esperava, mas chegou o momento. Tenho muito que agradecer ao presidente da Câmara e a todos que compõe ela”, agradeceu Expedita.

A neta da homenageada, Gleuse Ferreira, contou emocionada que a mãe sonhava com Expedita recebendo o título de cidadã aracajuana. “A família e os amigos estão muito felizes. Finalmente, estamos aqui, ela com 90 anos, bem e aproveitando cada momento”, enfatizou Gleuse. 

HISTÓRIA 

Até os 9 anos de idade, Expedita foi criada por Severo e Aurora, coiteiros de Lampião. A partir disso, já órfã, foi entregue aos cuidados de João Ferreira, seu tio paterno, irmão de Lampião, que vivia em Propriá. 

A princesa do Cangaço se mudou para Aracaju em 1947 e aqui fixou residência, constituindo família com Manoel Messias Neto, com quem teve quatro filhos: Dejair, Vera Lúcia, Gleuse Meire e Iza Cristina, e três netas: Karla, Gleuse e Luana. 

Por muitos anos, Expedita se viu obrigada a omitir a sua verdadeira filiação com medo de ações do cangaço. Mas, em 1953, a Revista O Cruzeiro a descobriu e deu destaque pela primeira vez na imprensa à herdeira de Lampião e Maria Bonita. 

Consciente da importante trajetória de seus pais, Expedita vem lutando pela preservação do legado histórico e cultural deixado pelos reis do cangaço. Maior exemplo, foi a saga que ela capitaneou para recuperar os restos mortais de Lampião e Maria Bonita que ficaram insepultos no Instituto Nina Rodrigues, em Salvador, por 31 anos.