Citando Bia Ferreira, Camilo destaca as disparidades entre negros e brancos no Brasil

por Assessoria de Imprensa do parlamentar — publicado 21/11/2019 11h17, última modificação 21/11/2019 11h17
Citando Bia Ferreira, Camilo destaca as disparidades entre negros e brancos no Brasil

Foto: César de Oliveira

O vereador Camilo (PT), iniciou sua fala no expediente da Câmara Municipal de Aracaju, nesta manhã, 20, lendo a letra da música da cantora e compositora negra, Bia Ferreira. A letra diz “Experimenta nascer preto na favela pra você ver! O que rola com preto e pobre não aparece na TV, opressão, humilhação, preconceito. A gente sabe como termina, quando começa desse jeito. Desde pequena fazendo o corre pra ajudar os pais. Cuida de criança, limpa casa, outras coisas mais”, o vereador afirma que a música é um retrato da realidade do povo negro brasileiro.

Camilo discorreu sobre a importância de todos os vereadores se posicionarem sobre a discriminação racial no Brasil. Ele lembrou que a diferença entre negros e brancos no Brasil ainda é exorbitante. “Há uma diferença salarial entre pessoas negras e brancas, o acesso a saúde é extremamente desigual e são as mulheres negras que mais sofrem violência obstétrica, pois são as que mais peregrinam na hora do parto, ficam mais tempo em espera para serem atendidas, têm menos tempo de consulta, estão submetidas a procedimentos dolorosos sem analgesia, estão em maior risco de morte materna e nós precisamos denunciar e nos posicionar até que essas diferenças acabem”, afirma.

Camilo falou também que pela primeira vez no Brasil, e isso é fruto das políticas afirmativas dos ex presidentes Lula e Dilma Roussef (PT), as universidades públicas tem mais da metade de alunos negros. “O Brasil é um país negro, mas o acesso às universidades sempre foi elitizado e pela primeira vez na história, nós estamos vendo isso mudar por causa das políticas afirmativas de Lula e Dilma, mas ainda temos muito caminho a percorrer”, analisa.

O vereador citou também os dados do Instituto de Pesquisa Econômica (Ipea) que mostram que a taxa de homicídio entre homens jovens pretos e pardos chegou a 185 a cada 100 mil habitantes, entre homens brancos esse número é três vezes menor. “Outro dado alarmante é que 75,4% dos mortos em batidas policiais no Brasil são negros. Por isso eu repudio a atitude preconceituosa e racista do deputado federal Coronel Tadeu (PSL/SP), que quebrou uma obra de arte, paga com o dinheiro público, que representa essa desigualdade e me somo e me solidarizo à luta da deputada Benedita da Silva (PT/RJ) que defende a população negra e pediu providências ao conselho de ética do parlamento contra o deputado racista”, concluiu Camilo.