Câmara realiza Sessão Especial em homenagem às mulheres
Os desafios da mulher contemporânea foi o tema da Sessão Especial desta sexta-feira, 10, na Câmara Municipal de Aracaju (CMA). A sessão é de iniciativa do vereador Américo de Deus (Rede) e teve a participação das vereadoras Kitty Lima (Rede) e Emília Corrêa, além dos vereadores Lucas Aribé (PSB) e Thiaguinho Batalha (PMB). De acordo com Américo de Deus, o objetivo do encontro é lembrar o Dia Internacional da Mulher, celebrado 8 de março e debater os desafios enfrentados pelas mulheres diariamente. “Há a necessidade das mulheres de ocuparem mais espaços na sociedade e na política”, frisou.
As vereadoras Kitty Lima e Emília Corrêa agradeceram ao vereador Américo de Deus pelo respeito às mulheres sempre. “É muito importante espaços como esses para debatermos questões que envolvem as mulheres, como a violência doméstica, por exemplo. A cada dia, os dados só aumentam. É um absurdo”, citou.
Já Emília, destacou que a luta das mulheres vem de muitos anos e ainda há muito que ser feito. “Muitas mulheres tem dupla, tripla e até quarta jornada. Ela tem que ser mãe feliz, esposa disposta, dona de casa, trabalhar fora e não reclamar de nada. Em pleno século XXI, ainda tem mulher lutando por igualdade salarial”, relatou.
De acordo com a vereadora, a Constituição Brasileira de 1988 veio para firmar que homens e mulheres são iguais em direitos e deveres. “Em boa parte das famílias ela é provedora da família e muitas vezes têm que obedecer”. Emília diz que se sente igual aos homens porque age de maneira firme, tem postura e equilíbrio. Apesar da sua segurança, lamenta que na CMA tenha apenas duas mulheres. "Somos somente 9,9% nas Câmaras do Brasil e 16% no senado. Somos maiorias na população e porque não somos maiorias na política", disse Emília. Além disso, a vereadora informou que protocolou na casa um Requerimento para a criação de uma comissão permanente em defesa da mulher.
Ainda sobre a minoria das mulheres no parlamento, Lucas Aribé lamentou que a própria mulher não valoriza a outra mulher. “A mulher é a maioria e ainda é tratada como minoria. Veja que contradição”, analisou. Thiaguinho Batalha (PMB) também parabenizou o vereador Américo pela iniciativa. “O dia 8 de março é apenas uma simbologia, o dia das mulheres são todos os dias. Queremos que nos próximos pleitos tenham mais mulheres no parlamento”, desejou informando que irá protocolar uma série de projetos em defesa das mulheres.
Convidadas- A secretária geral da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados Brasil-Sergipe (OAB-SE), Clarissa França foi uma das convidadas da sessão e tratou dos desafios de ser mulher na atualidade. “O país vive num momento de retrocesso, de mudanças e crises”, disse. Segundo Clarissa, a mulher da década de 50 não é igual a mulher dos dias atuais. “A sociedade atual ainda se choca com os valores atuais. Não preciso ser casada, ter um pai ou um irmão do meu lado para ser respeitada. Os meninos ainda estão criados do mesmo jeito e as mulheres não”, analisou.
Para Clarissa, os desafios são diferentes porque o cenário de vida é diferente. “O dia da mulher foi feito para refletir várias questões. A gente luta para construir uma sociedade sem machismo. A mulher pode ser o que ela deseja, inclusive ocupar cargos públicos”, afirmou completando que grande desafio da Câmara é ter mais vereadoras.
A Assistente Social, Natália Dalto disse que as mulheres atuais lutam por igualdade e pelo reconhecimento da igualdade. A convidada leu um texto que trata sobre a violência para sintetizar o seu pensamento. “A violência do lar é algo que ainda temos que discutir muito”, exemplificou.
Participação- A assessora parlamentar Angela Melo relatou que anos atrás foi agredida por seu parceiro da época. “Pena que naquela época a lei Maria da Penha não estava valendo. Quero aqui parabenizar e agradecer os homens que cuidam e valorizam suas mulheres”, disse.
O jornalista George Washington que acompanhou atentamente a sessão, ressaltou que é preciso que as mulheres ocupem mais espaços, principalmente na política. Além disso, lamentou o discurso do presidente Michel Temer no último dia 8/3, que coloca o exemplo de mulher dedicada ao lar e aos filhos como modelo ideal. “A gente fala de igualdade de gênero, mas respeitando as diferenças. “A mesma mulher que tem sua profissão, tem que dar conta da casa, maridos e filhos”, destacou.