Câmara debate violência contra mulher em Audiência Pública

por Danilo Cardoso — publicado 04/12/2019 13h58, última modificação 04/12/2019 13h58
Câmara debate violência contra mulher em Audiência Pública

Foto: Gilton Rosas

A Câmara Municipal de Aracaju (CMA) abriu espaço para o Ministério Público de Sergipe (MPE) debater sobre a conscientização do combate a violência contra a mulher. A promotora da vara de Serviços Sociais, Euza Missano, usou a Tribuna para explicar sobre a campanha encabeçada pelo órgão fiscalizador, com apoio do Sesi e Senac.

Com o tema ‘Homens pelo fim da violência contra a mulher’, a promotora Euza Missano exibiu um vídeo com intuito de conscientizar a sociedade sobre o tema. Também utilizou o espaço a promotora Cláudia Daniela Franco, responsável pelo Juri Popular, em seu discurso exaltou outro projeto implementado pelo MPE, intitulado ‘Viva Ana Paula’.

Destacando o objetivo de conscientização das instituições, a promotora Euza Missano apresentou a luta do MPE no combate da violência contra a mulher. “O Ministério Público luta para combater a masculinidade tóxica, para isso, assinou um Termo de Cooperação Técnica com o Sesi e Senac para capacitação técnica das mulheres vitimas de violência, assim, livrando estas vítimas da dependência”.

Segundo a promotora Cláudia Daniela Franco, a grande maioria dos homens foram criados para não fraquejar. “A maioria dos homens foram criados para não fraquejar, não chorar e assim, não sabem lidar quando a mulher se sobressai. O feminicídio surge quando a mulher tenta traçar sua vida própria. Criamos o Projeto ‘ Viva Ana Paula’, em homenagem a um vitima de forma trágica, morta a marretadas enquanto dormia. Estamos fazendo uma seleção de casos para trazer estas mulheres e os homens ao Ministério Público para serem tratados emocionalmente, através de uma parceira com a Universidade Federal de Sergipe”.

O superintendente do Sesi, Acrísio Campos, ressaltou o trabalho da instituição no combate da violência contra a mulher. “O Sesi é parceiro do Ministério Público há 15 anos. Este processo de mobilização e conscientização deve ser contínuo para que entre no cotidiano das famílias, além de divulgarmos e trabalharmos junto a sociedade e acredito que toda ação tem um efeito positivo efetivamente nas pessoas que estão passando por este processo dentro do lar”.

Vereadores

Américo de Deus (Rede) destacou o engajamento da sociedade no combate ao feminicídio. “Devemos romper o silencio para proteger a mulher e lutar sempre para conquistar a paz social. Deus não criou ninguém para ser infeliz, ainda mais dentro do ceio do seu lar. Todas as famílias sofrem quando existe violência dentro do lar, cada um tem sua responsabilidade e os homens devem se conscientizar e conscientizar seus amigos”.

Elber Batalha Filho (PSB) contou um caso jurídico. “Um juiz amigo contou que após a audiência de divorcio o homem afirmou que quando chegasse em casa iria matar a companheira, na hora ele deu voz de prisão, mas recomendou a mulher que saísse de casa. A nossa situação de impotência é grande. O homem é o problema, temos que conscientizar que o problema é ele. É assustador o que acontece e está presente em todas as faixas da sociedade, do mais rico ao mais pobre”.

Seu Marcos (PHS) parabenizou as promotoras pela luta contra a violência contra a mulher. “Este ano apareceu uns números alarmante de feminicídios, existem números que dizem que 500 homens foram presos acusados de violência domestica, devemos combater isto de forma contundente”.

Emília Côrrea (Patriota) reverberou os discurso das promotoras. “Entre homens e mulheres nunca serão declaradas esta guerra de sexo, queremos andar lado a lado para desfazer o que a cultura pregou ao longo dos anos. Acredito que daqui a uns anos que não iremos mais precisar da Lei Maria da Penha, a sociedade vai evoluir, estamos plantando uma sementinha”.

Exibindo um vídeo do tempo que atuava na Rádio Patrulha, o vereador Cabo Amintas (PTB) destacou. “Quando atuava nas ruas recebíamos diversas denuncias de violência contra a mulher. Muitas das vezes, quando a policia chegava, a mulher ferida pedia encarecidamente para não prender os companheiros. Seriam

Lucas Aribé (PSB) afirmou que enquanto instituição devemos defender e respeitar a sociedade. “O ministério Público é um dos órgãos de maior credibilidade, que a sociedade podem confiar. Nunca vi essa história de quem ama agride, não foi isso que Jesus pregou. Quem ama cuida! Queremos que a luta seja reforçada a cada dia para a conscientização da sociedade cresça”.

Cabo Didi exaltou e externou a alegria da Audiência Pública. “O Projeto Fumaça Zero já está também plantando esta sementinha. Fico alegre quando vejo este time do bem lutando por uma causa justa que tenho certeza que seremos vencedores”.

Camilo Lula (PT) afirmou que a sua criação foi trabalhada na igualdade. “Nos temos um machismo estrutural que vai desde a primeira infância e vai até a vida adulta. Nossa tarefa é desmistificar isto e acabar de uma vez por todas. No meu partido não tem cota para mulher, temos paridade, é 50% e 50%, assim como no Movimento dos Sem Terra. Cresci vendo isto, onde homens e mulher trabalhando por igual.

Anderson de Tuca (PRTB) afirma que a Câmara de vereadores fez seu papel. “A Câmara de Vereadores fez seu papel e criou a Lei de ensinar a Lei Maria da Penha nas escolas. Esperamos que esta Lei chegue à fonte do problema, não adianta que a escola ensine  sem o envolvimento das famílias”, encerrou dizendo uma frase ‘nada muda se você não mudar’.

Bigode (MDB), em seu discurso, trouxe a realidade de comunidade onde mora. “As mulheres humildes que sofrem violência doméstica as vezes olham para seus companheiros e imaginam ‘será que ele vai me matar hoje’, é isso que escuto na minha comunidade. Está faltando Deus no coração destes homens e muitos deles, quando são presos, saem mais raivosos e comentem o crime”.

Vinicius Porto (DEM) fez uma analise do anuário de Segurança Pública. “Fiz uma análise no anuário de Segurança Pública e a taxa em Sergipe cresceu 65%, sendo o maior índice do Brasil. Em contrapartida, o Estado criou a Patrulha Maria da Penha, mas será que isto foi suficiente? Precisamos educar a sociedade ainda melhor, iniciar da base para que seja combatido”.