Cabo Amintas lamenta tragédia envolvendo subtenente e critica descaso do Estado com a saúde mental de militares

por Evenilson Santana, Assessoria de Imprensa do parlamentar — publicado 02/05/2019 13h34, última modificação 02/05/2019 13h34
Cabo Amintas lamenta tragédia envolvendo subtenente e critica descaso do Estado com a saúde mental de militares

Foto: César de Oliveira

O vereador Cabo Amintas (PTB) utilizou a Tribuna da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) na manhã desta quinta-feira, 2, para lamentar a tragédia que provocou a morte do subtenente Jeferson Mendonça, do Corpo de Bombeiros de Sergipe, e da ex-esposa dele, a professora Andréa Monte Santo Belizario. Além disso, o militar utilizou seu espaço no Pequeno Expediente para reprovar o descaso do governo com a saúde mental de militares.

Já no plenário quando recebeu a notícia, o parlamentar lamentou o acontecido. Amigo do subtenente desde a infância, Amintas destacou a boa índole que sempre foi característica do militar.

“Há poucos instantes recebi a notícia de uma tragédia aqui em Aracaju, envolvendo um amigo de infância. Eu e o subtenente Mendonça nos conhecemos desde os 14 anos de idade. Jeferson, como eu o chamava, sempre foi uma pessoa de boa família, um homem muito decente, e não dá pra gente julgar a vida de uma pessoa por um ato. Infelizmente, na manhã de hoje a informação que nos chega é de que ele tirou a vida da ex-esposa e logo depois cometeu suicídio”, declarou.

E continuou, falando sobre sua participação na cerimônia de formatura do bombeiro, há poucos meses. “Estive na formatura de Jeferson, que recentemente fez o curso de habilitação de oficiais dos bombeiros. Eu tive a honra de ser homenageado por eles [bombeiros], fui o padrinho de formatura da turma deles. Pra mim foi um momento muito importante, um cabo da polícia, ser lembrado pela turma de oficiais”, ressaltou.

Amintas também criticou o fim do núcleo que cuidava da saúde mental dos militares, destacando o descaso dos governantes com o equilíbrio psíquico de profissionais que lidam com situações extremas diariamente.

“Jeferson era um homem de coração maravilhoso. Com sua esposa, eu tinha menos contato, mas sempre a conheci por ser uma mulher muito séria. Isso acende um alerta. Os senhores aqui não fazem ideia do quanto os policiais estão doentes. O policial tem a profissão mais estressante do planeta e ninguém está nem aí pra nada. O Jeferson era bombeiro, salvou tantas vidas... Mas as pessoas não entendem que a família às vezes é a válvula de escape de um cara que está estressado, que acabou de trocar tiro. E aí o que fazem? Acabam com o núcleo que cuida da saúde mental dos militares. Policiais militares, bombeiros, se envolvem em ocorrências, veem pessoas morrerem... E vão pra casa. Ninguém está preocupado com a saúde desses homens e mulheres”, lamentou.

Por fim, Cabo Amintas reafirmou o caos que envolve a falta de atenção devida ao estado psicológico dos agentes de segurança e salientou a importância de não tecer julgamentos diante de uma tragédia complexa como essa.

“É um número absurdo de policiais e bombeiros que precisam de tratamento. E a sociedade fecha os olhos pra isso. Os homens que poderiam fazer alguma coisa não fazem nada. Aí acaba acontecendo uma tragédia, se fala por alguns dias e depois esquecem. Depois acontece de novo. Vocês não fazem ideia da quantidade de suicídios entre agentes da segurança pública. Os senhores não fazem ideia do que é carregar na cintura uma arma que pode tirar a vida de alguém ou até a sua vida. Ninguém cuida desse homem, da saúde mental desse homem. Vou sair daqui agora, vou ao IML, dar apoio às famílias. Vou abraçar os colegas do Corpo de Bombeiros. Vou pedir a Deus que conforte essas famílias, que os coloquem em um bom lugar, no descanso eterno. E que ninguém julgue, porque ninguém sabe o que acontece na vida alheia e só Deus pode julgar”, finalizou.