Bilhetagem eletrônica não é modernização, mas sim desejo perverso de demitir trabalhadores, diz Ângela Melo
Na manhã desta quinta-feira, 24/02, a vereadora Professora Ângela Melo (PT) voltou a manifestar preocupações com o transporte público em Aracaju. Desta vez, a parlamentar criticou a decisão da Prefeitura em relação ao anúncio de que 46 ônibus já estão circulando apenas com a bilhetagem eletrônica como forma de pagamento da tarifa.
“Meu primeiro questionamento é ao método. Como é que a SMTT divulga isso na segunda-feira e já implementa no dia seguinte? Sem dúvidas, muitas famílias que usam esses ônibus todos os dias foram pegas de surpresa e não conseguiram se planejar para a mudança”, disse.
Vale lembrar que o anúncio dos 46 ônibus exclusivamente com bilhetagem eletrônica foi feito na última segunda-feira, 21/02, em coletiva de imprensa, e a efetivação iniciada já na terça-feira, 22/02.
“Além disso, me espanta que o discurso da SMTT seja de modernização. Bilhetagem eletrônica não tem nada a ver com modernização. Um sistema de transporte moderno se faz com licitação pública transparente, acessível e com participação social. O que a bilhetagem me parece é uma forma de reduzir a quantidade de trabalhadores e trabalhadoras, confirmando um desejo antigo e perverso de excluir a figura do cobrador dos nossos ônibus”, enfatizou Ângela.
A parlamentar alertou também para os impactos dessa medida nas famílias mais vulnerabilizadas de Aracaju, que não conseguem fazer recargas em valores altos de uma única vez.
“Como vai fazer a dona de casa que só consegue ter o dinheiro da passagem de ônibus no dia anterior ou mesmo no próprio dia? Como vai fazer a diarista que recebe o valor da passagem quando finaliza o seu serviço ao final do dia? Ela precisará diariamente ir a um ponto de recarga e, assim, atrasar a sua chegada em casa ou no trabalho?”, foram algumas das questões feitas por Ângela Melo.
Para a vereadora é fundamental que a SMTT vá à Câmara de Aracaju e “forneça informações sobre a situação geral do transporte público em nossa cidade, afinal estamos falando de um serviço público, ainda que explorado pela iniciativa privada”.