Audiência Pública é realizada na CMA com a presença da secretária Municipal da Saúde

por Fernanda Sales — publicado 22/03/2018 00h00, última modificação 22/03/2018 13h17
Audiência Pública é realizada na CMA com a presença da secretária Municipal da Saúde

Foto: Gilton Rosas

A Câmara Municipal de Aracaju (CMA) realizou uma Audiência Pública na manhã desta quinta-feira, 22, com a participação da secretária Municipal da Saúde, Waneska Barbosa, que apresentou um relatório detalhado do Quadrimestre Anterior. A Audiência foi realizada no Plenário da Casa Legislativa e contou com os vereadores além dos diretores e coordenadores da Saúde Municipal.

A secretária iniciou sua apresentação falando sobre a demografia da população, apresentando número de habitantes, IDH, renda per capta e apresentou gráficos demonstrando as doenças que causaram internações hospitalares da população de Aracaju. Segundo os dados, doenças no aparelho digestivo representam 90% das causas de internação.

Waneska Barbosa ainda exibiu dados sobre o número de Equipes de Saúde da Família e de Agentes Comunitários de Saúde, além da quantidade de usuários cadastrado em Aracaju no E-sus no período de 2017. “O primeiro mês do ano foram cadastrados 28.978 usuários, já em dezembro, o cadastro foi de 132.918 pessoas. Percebemos um aumento gradativo mês a mês nos registros do E-sus”, destacou.

Outros dados apresentados foi com relação aos Programas da SMS, que incluem Programa de Saúde da Mulher, Saúde da Criança e do Adolescente, Saúde Bucal, do Programa de Controle do Aedes aegypti, dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família, além da Rede de Atenção Psicossocial e das Redes de Atenção Primária, Rede de Urgência e Emergência, entre outros serviços. De acordo com a secretária, na rede de Urgência e Emergência foram realizados no 1ª quadrimestre 43.766 atendimentos e no 3ª Quadrimestre subiu para 47.575. “Tivemos um aumento significativo nos atendimentos. Nós tínhamos um índice de desistência muito grande dos pacientes que chegavam às UPAs e por demora de atendimento desistiam do atendimento, mas hoje está reduzindo bastante essa desistência. Isso se deve a implementação do acolhimento por classificação de risco, atendendo com mais rapidez os pacientes”.

Outros dados apresentados por Waneska Barbosa foram sobre os recursos e as despesas da SMS. “Além dos gastos da folha de pessoal, que é o nosso maior custo, temos um volume alto de gastos com serviços médicos hospitalares. Pegamos uma gestão sucateada e agora estamos tentando redimensionar a nossa rede. Conseguimos recuperar alguns recursos de emendas e estamos com cinco ordens de serviços para reformas e ampliações de algumas unidades de saúde”, esclareceu.

Vereadores

Após as explanações da secretária os parlamentares fizeram questionamentos e tiraram suas dúvidas com relação aos dados apresentados. Os vereadores também apresentaram demandas da população sobre os problemas nos serviços de saúde. Américo de Deus (Rede) fez questionamentos sobre a Rede de Urgência, sobre a falta de medicamentos e de funcionários, além de cobrar dados sobre os casos de HIV/Aids. “A falta de medicamento pode gerar uma piora no paciente e isso é um assunto grave. Apesar desses problemas parabenizo pelas emendas que foram recuperadas”.

“A Cemise é quem cuida das ressonâncias e eu queria saber quem fiscaliza a Cemise, já que há demanda, há oferta, mas dura quase um ano para a pessoa consegui realizar ressonância. Questiono ainda sobre a declaração do Tribunal de Contas sobre o superfaturamento nas compras de medicamentos, e quero saber o posicionamento da secretaria”, perguntou Cabo Amintas (PTB).

Emília Corrêa (Patriota) destacou que não existe nada pessoal com a secretária e fez questionamento sobre a demora do resultado dos exames que prejudica o diagnosticado e também perguntou se há economia no aluguel do novo prédio da secretaria. “Questiono porque somos indagados pelos próprios usuários e funcionários e precisamos de esclarecimentos. Da UPA Nestor Piva tenho várias reclamações no atendimento, medicamentos e macas quebradas. E gostaria de saber o que já foi feito e melhorado, já que as demandas continuam chegando até nós vereadores que estamos apenas representando a população”.

Anderson de Tuca (PRTB) também fez perguntas à secretária. “Como ficou o convênio entre a SMS e o Hospital Cirurgia, que antes o repasse era feito pela prefeitura e agora é feita pelo estado? Houve uma melhora? O que é que a secretaria está fazendo para melhorar as filas de espera de exames complexos e das cirurgias eletivas? E também quero saber se está tendo uma eficiência nos Caps”, questionou.

Já o vereador Jason Neto (PDT) destacou que as reclamações estão diminuindo. “Eu sou radialista e acompanho muitas reclamações dos usuários. Antes nós tínhamos reclamações diárias sobre a secretaria, mas hoje, apesar de ainda ter reclamações, diminuiu muito. A secretária assumiu numa situação terrível e em pouco tempo está conseguindo aos poucos recuperar os problemas de saúde. Meu questionamento é sobre o Santa Maria que ainda está sem o posto Elisabeth Pita, que foi ao chão para ser reformado e ampliado, e infelizmente até agora a unidade ainda não existe. Meu pedido é que seja feito um esforço para essa unidade volte a funcionar o mais rápido possível”.

Para o vereador Seu Marcos (PHS), que é presidente da Comissão de Saúde e Direitos Humanos da CMA, os dados apresentados são satisfatórios, mas na prática ainda existem muitos problemas dentro das unidades e serviços de saúde. “Sou agente de Saúde e agora sou presidente da CPI da Saúde. Recebo reclamações diariamente sobre a falta de equipamentos, medicamentos, materiais hospitalares e até falta de profissionais”

Os vereadores Isac Silveira (PCdoB), Kitty Lima (Rede), Fábio Meireles (PPS), Lucas Aribé (PSB), Elber Batalha (PSB) e Zezinho do Bugio (PTB) também fizerem questionamentos durante a audiência.

Esclarecimentos

A secretária finalizou sua apresentação esclarecendo os questionamentos dos parlamentares. Sobre a falta dos medicamentos a secretária afirma que os motivos são diversos, mas o principal é a demora no processo licitatório para a compra dos medicamentos. “Além dos problemas na licitação, há atraso de entrega dos fornecedores dos medicamentos, fechamento da farmácia popular (o que levou a muitos usuários buscarem medicamentos nas unidades de saúde), êxodo dos usuários de planos de saúde para os nossos serviços, entre outros problemas”, explicou.

Com relação aos problemas nos hospitais municipais, Waneska Barbosa destacou que a gestão pegou a secretaria com problemas tanto da Atenção Primária como nas Redes de Urgência. “Infelizmente a Rede de Urgência dá o suporte ao paciente que precisa de um atendimento mais ampliado que não é possível ser realizado na rede primária. Estamos fazendo de tudo para ter um controle nas duas redes, para que um paciente com problemas simples não se agravem para chegar a ter que precisar da rede de urgência. Por isso que o nosso foco é a atenção básica, mas estamos aos poucos realizando processo de licitação para locação de equipamentos para a Rede de Urgência, que é o nosso maior problema”, afirmou.