Audiência Pública discute lançamentos da Cartilha LGBT Socialista na Câmara

por Viviane Cavalcante — publicado 23/08/2019 12h41, última modificação 23/08/2019 12h41
Audiência Pública discute lançamentos da Cartilha LGBT Socialista na Câmara

Foto: Gilton Rosas

Na manhã desta sexta-feira, 23, na Câmara Municipal de Aracaju (CMA) aconteceu uma Audiência Pública para discutir os direitos do segmento LGBT. Durante a audiência, também foi lançada a Cartilha Nacional do Segmento LGBT Socialista, além de uma exposição dos 50 anos de luta de uma parcela da sociedade mundial. O autor da propositura é o vereador Elber Batalha (PSB).

Entre outras coisas, a cartilha explica do que se trata a sigla LGBT, apresenta um glossário do segmento, mostra alguns dos direitos já alcançados, os direitos que lutam para alcançar, desmistifica os termos kit gay, ideologia de gênero, seminário LGBT infantil. Além disso, cita as datas do calendário LGBT e por fim, apresenta algumas políticas públicas e propostas de projeto de Lei mínimas para os Executivos e Legislativos de estados e de cidades com grande contingente populacional.

Iniciando a Audiência Pública, Elber Batalha disse que é acima de qualquer coisa é um dever da sociedade respeitar os direitos LGBT. “Vivemos um momento muito difícil onde muitos dos avanços estão sendo colocadas em cheque. Muitas das vezes alguns discursos beiram as raias da loucura. Que não tenhamos vergonha medo receio de reafirmar nossas posições. Que os bons se não se sentem intimidados”, afirmou.

O ex-coordenador executivo da política LGBT do Distrito Federal, de Flávio Brebs começou o seu pronunciamento contando como começou a sua militância LGBT e lembrou a história de como começou a luta da categoria por seus direitos. “Em junho de 1969, no bar Stonewall Inn, Greenwich Village, nos Estados Unidos gays, lésbicas, travestis e drag queens enfrentam policiais e iniciam uma rebelião que lançaria as bases para o movimento pelos direitos LGBT nos Estados Unidos e no mundo. O episódio, conhecido como Stonewall Riot (Rebelião de Stonewall), teve duração de seis dias e foi uma resposta às ações arbitrárias da polícia”, informou.

Ao subir a Tribuna, o vereador Lucas Aribé (PSB) demonstrou felicidade em hoje estarem lançando essa cartilha para gestoras (es) e legisladoras (es). “Infelizmente as pessoas estão esquecendo um dever básico que é respeitar o cidadão. Nosso país ainda tem uma carga de preconceito muito grande e não se tem uma sequencia de ações afirmativas”, disse. Dessa forma, Lucas afirmou que a sociedade fica carente de políticas públicas que façam gerar a inclusão social.

O vereador Américo de Deus (Rede) elogiou o lançamento da cartilha. Para ele, é um grande avanço e conquista para toda a sociedade. “Somos uma sociedade que ainda não sabemos respeitar as diferenças. Porque somos ainda uma sociedade machista  e patriarcal. Precisamos romper essas barreiras para essa situação mudar”, opinou.

Américo de Deus lembrou que é o autor da propositura que reconhece a Parada LGBT como patrimônio cultural e imaterial da cidade de Aracaju. Para o parlamentar, estava faltando esse reconhecimento. Américo de Deus informou que em breve esse Projeto de Lei irá para a pauta de votação da Câmara Municipal de Aracaju.

A coordenadora GGB da Bahia e diretora da Rede Transuna , Milena Passos deu o seu relato e disse que não é fácil ser fora do padrão e que, eventos como esse são muito importantes. “A mídia sempre mostra nossa figura estereotipada. Independente de religião te nós LGBT merecemos respeito”, ressaltou.  Na opinião do membro do movimento LGBT, Sérgio Brito o lançamento da cartilha veio num momento propício. “Estão tentando retroceder tudo o que a gente já conquistou. Todo gestor deveria ter uma cartilha dessa e deveria ler o que tem aqui dentro e tentar entender que na verdade lutamos por direitos iguais”, disse.

Encerrando os pronunciamentos, a secretária nacional do Segmento LGBT , presidente da Astra Direitos Humanos e Cidadania LGBT e coordenadora geral há 18 anos da parada LGBT, Tathiane Araújo tratou sobre os 50 anos de luta e resistência e da 18ª parada LGBT de Sergipe que acontecerá no próximo domingo, 25. Além disso, falou ainda da importância da realização anual da Parada. “Precisamos entender que a realização da Parada LGBT leva turismo, cultura para a orla e atrai militantes e simpatizes da causa”, finalizou.