Audiência Pública de autoria de Américo de Deus defende bancos públicos federais
A Audiência Pública em defesa dos bancos públicos ocorreu na última sexta-feira, 22, na Câmara Municipal de Aracaju (CMA), marcando a presença de bancários, dirigentes bancários, entidades e associações de classes de bancos públicos. O requerimento nº 241/2019 foi de autoria do vereador Américo de Deus (Rede).
A mesa foi composta pelos senhores: Adilson Azevedo, representante da presidência do Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE); Luiz Alberto Dantas de Brito, diretor da Comissão de Saúde do Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE); João Wellington Nascimento da Silva, membro do Conselho Deliberativo do Banco do Nordeste/SE e Eurípedes Teles, presidente da Associação dos Aposentados da Caixa Econômica Federal e representando o presidente da Associação dos Empregados da Caixa Econômica Federam (APCEF/SE).
“Esse é um momento que temos para mostrar a importância de bancos públicos federais como Banco do Brasil, Caixa Econômica e BNB. Essa não é uma ação isolada. Aqui na Casa criamos uma frente parlamentar em defesa da Petrobras, do Banese e dos bancos públicos federais. Não vamos nos furtar de lutar por esses bancos. O governo atual, através do Ministro Paulo Guedes, colocou um projeto em ação que é o “entreguismo” do patrimônio brasileiro. O Brasil tem mais de 450 empresas públicas e tem previsão de privatizar 350. Eu não defendo partido A ou B, eu quero que seja feito o melhor para o país, por isso, estamos aqui nesta audiência hoje”, colocou Américo de Deus.
Os componentes da mesa também se colocaram contra a privatização. “Eu deixo um recado que o Sindicato dos Bancários em sua trajetória já passou por várias ditaduras e não baixou a bandeira de luta pelo emprego, bancos públicos e classe trabalhadora. Por isso, o SEEB sempre estará na vanguarda da defesa dos bancos públicos e estatais do nosso país. Em nome do Sindicato dos Bancários agradeço ao vereador Américo por abrir essa importante discussão”, parabenizou Adilson Azevedo, representante da presidência do Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE).
Também do SEEB/SE, Luiz Alberto Dantas de Brito, diretor da Comissão de Saúde do Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE), reafirmou o compromisso da instituição na defesa dos bancos. “O Sindicato dos Bancários contesta a venda de ações e enfraquecimento do Branco do Brasil. Nossa posição é a defesa de um Banco do Brasil público e para todos. O BB cumpre importante papel social e é uma das principais instituições financeiras na atuação de prestação de crédito agrícola, é uma grande financiadora de execução em políticas públicas com vistas ao crescimento econômico e desenvolvimento do país. Sendo assim, o Banco do Brasil sempre exerceu o desenvolvimento econômico social”, afirmou.
Também representante de Banco, Wellington Nascimento da Silva, membro do Conselho Deliberativo do Banco do Nordeste/SE, explicou a importância do BNB e quais riscos estão às suas portas. “Vou falar do Banco do Nordeste e dos riscos que ele corre hoje com o atual governo. O Banco do Nordeste está completando 67 anos de existência e inicialmente foi implantando para atuar em toda área oriunda da seca. Posteriormente, passou a atuar em todo Nordeste e no Espírito Santo. Eu tenho dados que comprovam a importância do Banco. Se privatizar o Banco do Nordeste os investimentos irão se canalizar para outras regiões. Se ele for privatizado a oferta de crédito que é pequena seria investida para o Sul e Sudeste do país. O Banco do Nordeste hoje corre um segundo risco que é a retirada do fundo constitucional, que 80% hoje da fonte de renda vêm desse fundo. Se retirarem esse valor o Banco acaba sem ao menos privatizar”, alertou Wellington Nascimento da Silva.
Há 25 anos como bancário da Caixa Econômica Federal, Eurípedes Teles, presidente da Associação dos Aposentados da Caixa Econômica Federal e representando o presidente da Associação dos Empregados da Caixa Econômica Federam (APCEF/SE), falou que a privatização é um retrocesso. “Hoje sentimos um retrocesso grosseiro de direitos que conquistamos há 30 anos. Os ataques a Caixa Econômica que ajudamos a construir são constantes. Vemos os leilões para as vendas das loterias, uma das áreas de mais rentabilidade da Caixa. Todos sabem que as loterias vêm para aplicação de projetos sociais. A MP 905/19 visa acabar com a jornada de 6h que conquistamos no passado; obriga o bancário a trabalhar aos sábados que adoece o trabalhador devido ao estresse pelo cumprimento de metas. Estamos prevendo que ocorrerão mais ataques cardíacos e suicídios. Nós não podemos nos calar. Esse governo não quer só destruir a Caixa, mas também os bancários. Temos que nos unir”, ressaltou Eurípedes Teles.
Como secretário da Audiência Pública, Lucas Aribé (PSB), falou também da sua preocupação. “Eles acham que com a privatização vão lucrar para poder tocar a máquina. O Governo Federal quer fazer uma reforma administrativa que vai acabar com a carreira daqueles que se habilitam ao concurso público. Destruindo isso, o reflexo recai sobre o plano de carreira. É muito triste porque o serviço público era referência. O perfil desse Governo infelizmente é que vai privatizar tudo que puder. Esse é o momento de nos unirmos pelas melhorias necessárias. Temos problemas nos bancos sim, mas não é privatizando que vai resolver. Isso vai sobrar para quem precisa do banco, ou seja a camada mais necessitada”, declarou o parlamentar.