Audiência Pública, de autoria de Elber Batalha, marca Dezembro Vermelho no plenário da Câmara

por Anna Paula Aquino, Assessoria de Imprensa do Parlamentar — publicado 28/10/2024 07h00, última modificação 04/11/2024 17h20
Audiência Pública, de autoria de Elber Batalha, marca Dezembro Vermelho no plenário da Câmara

Foto: China Tom

O mês de dezembro é também de conscientização ao HIV/Aids e infecções sexualmente transmissíveis, com o 'Dezembro Vermelho'. Para lembrar do objetivo desses 30 dias, aconteceu uma Audiência Pública na tarde desta sexta-feira, 1º, na Câmara Municipal de Aracaju (CMA) de autoria do vereador Elber Batalha (PSB).

Números nacionais do Ministério da Saúde mostram que no Brasil em 2022, 16.703 pessoas receberam o diagnóstico do HIV. No estado de Sergipe, apenas no ano passado foram 222 ocorrências.

Segundo Elber, o tema é de extrema relevância e precisa ser discutido sempre para chegar aos mais jovens o quanto antes. “A falta da convivência fez com que as novas gerações banalizassem a doença. Fazendo com que talvez aumentassem os números. É preciso falar sobre prevenção, sobrevida e a qualidade de vida possível com o tratamento. Por isso, a ideia do debate é fazer de forma propositiva e institucional que a câmara promova esse debate”, ressaltou o parlamentar.

Presente na oportunidade, o médico infectologista e estudioso da área, Almir Santana, trouxe novidades. “O assunto HIV deixou de ser pauta até nas televisões. Mas, isso não impede o nosso trabalho e os ganhos, como o do selo prata que vamos ganhar por reduzir a transmissão por crianças. Somos os únicos do Nordeste diminuindo, junto com São Paulo e Paraná”, divulgou.

Doutor Almir revelou ainda que em 10 anos, os números estão reduzindo no país. “Precisamos dizer que se está diminuindo, é o resultado da resposta no tratamento. Principalmente, agora com aumento em negros e pardos, mais que em brancos como era antes. Além disso, também temos que os positivos nas mulheres estão caindo, já que elas cuidam mais da saúde”, detalhou.

Maria de Fátima representa o Movimento Nacional Vivendo com HIV/Aids em Sergipe (MNCP) que conta atualmente com 45 crianças e 129 mulheres assistidas. A instituição não tem sede física, mas se reúne na Casa Bom Samaritano e oferece apoio psicológico ou acompanhamento às pessoas que vivem com o vírus.

Para Fátima, o que falta muitas vezes é que enxerguem a luta desses pacientes em suas diversas realidades. “Não é só um dezembro de luta, precisamos falar e discutir sobre isso. Esse momento é muito importante para ter voz, falar das nossas ações e pautas como o Passe Livre. Além disso, temos dificuldades na saúde para o tratamento e tantas outras. Só de a Câmara nos ouvir, já é um passo para relatar a nossa história”, disse.

Desde 1998, a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids auxilia homens e mulheres no estado. Já chegaram a ser mais de 200 inscritos na luta, mas atualmente cerca de 50 estão inscritos.

Maria Geogirna Machado é a representante local e conta que o vereador sempre esteve a postos para essa bandeira. “O vereador Elber já é e sempre foi um parceiro da nossa causa, nos dando espaço. É necessário ter mesmo audiência ou tribuna livre para lembrar que a vida da pessoa com HIV não é fácil, falta habitação, trabalho e passe livre. Precisamos falar muito ainda do preconceito que existe sim e mata. Os pacientes são até expulsos das ruas em cidades menores e proibidos de andar no transporte público para se locomover ou até mesmo se cuidar”, declarou.

Representando a Defensoria Pública do Estado, Carolina D´Ávila Melo Brugni, diretora do Núcleo da Saúde, destacou como funciona o serviço nestes casos. “Nós temos uma Câmara Resolutiva para tratar diretamente dos casos da saúde sem judicializar e para que não se demore a receber qualquer tipo de assistência. Chegamos à demanda e tentamos resolver, com isso o nosso índice de resolutividade é imenso. Estamos de portas abertas para ajudar sempre e facilitar a vida desses pacientes”, explicou.