Associação Mães pela Diversidade em Sergipe discursa na Tribuna Livre

por Agência Câmara Aracaju — publicado 28/10/2024 07h00, última modificação 04/11/2024 15h20
A representação das famílias da população LGBTQIAP+ é debatida pelos parlamentares durante Sessão Ordinária
Associação Mães pela Diversidade em Sergipe discursa na Tribuna Livre

Agência Câmara Aracaju

A advogada e coordenadora da Associação Mães pela Diversidade em Sergipe, Alessandra Farias Tavares, usou o espaço da Tribuna Livre, na 82ª Sessão Ordinária, realizada na manhã desta terça-feira, 20, para cobrar respeito e proteção à comunidade LGBTQIAP+ . A Instituição não governamental, fundada em 2019, combate o discurso de ódio e a violência contra a população LGBTQIAP+, atuando na busca pela cidadania e garantia dos Direitos Humanos.

"Criamos essa Associação a partir do medo. Somos um grupo de pais e mães que tem medo das violências sofridas pelos nossos filhos LGBTQIAP+", afirmou Alessandra Tavares. A coordenadora ressaltou a importância de trazer essa pauta à Casa do Povo e de lutar contra a legitimidade de matar, de manter em cárcere privado, de realizar estupro corretivo, de violentar em nome de uma religião. "Eu não acredito nesse pensamento, acredito naquele Deus que acolheu a todos sem distinção. Ele apenas amou e acolheu", assinalou.

Alessandra Tavares convida os vereadores para conhecerem mais de perto as famílias representadas pela Associação Mães pela Diversidade. De acordo com a advogada, a comunidade LGBTQIAP+ existe e precisa estar em todas as esferas sociais sem qualquer tipo de discriminação ou preconceito. "É muito preocupante as discussões em torno da comunidade, como se fosse composta por seres de segunda categoria. Eles têm família. A minha família está inclusa nessa defesa dos direitos da população LGBTQIAP+", concluiu.

Segundo a coordenadora,  a Constituição Federal, no artigo 3º, traz como um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Além disso, a Constituição Estadual de Sergipe, no capítulo de Garantias e Direitos Fundamentais, cita a proteção contra discriminação por motivo de orientação sexual, sendo uma das únicas três no Brasil que utiliza essa expressão.  

"Ou seja, o espaço na sociedade está garantido por Lei. Por isso, nos ajudem a proteger os nossos filhos e acabar com o discurso de ódio. Sergipe, infelizmente, está no ranking dos Estados mais violentos de mortes da comunidade LGBTQIAP+. A média de vida de uma pessoa trans é 35 anos. Queremos que nossos filhos tenham o direito de viver  de forma respeitosa, sem ter que viver com os dias contados", pediu Alessandra Tavares.  

A vereadora Linda Brasil (Psol) expressou o desejo dela de ter essa pauta respeitada e defendida por toda a sociedade. "Queria muito que todos os vereadores e vereadoras escutassem e sentissem o amor que está na sua voz, Alessandra. A gente fala de amor, de respeito e de ocupar espaços que sempre nos foram negados. Pessoas perversas destilam ódio, fazendo com que adolescentes LGBTQIAP+ tenham três vezes mais chances de cometer suicídio. Temos que combater essa discriminação", defendeu a parlamentar.

As vereadoras Professora Ângela Melo (PT), Emília Corrêa (Patriota) e Sheyla Galba (Cidadania) também usaram o espaço para enaltecer a importância da discussão e do combate à violência contra a população LGBTQIAP+. Os vereadores Sargento Byron (Republicanos), Professor Bittencourt (PDT) e Breno Garibalde (União Brasil) parabenizaram a fala da coordenadora da Associação e defenderam a necessidade de efetivação das políticas públicas e das Leis existentes.