Arraiá do povo ou da elite? Pergunta a vereadora Ângela Melo

por Assessoria de Imprensa da Parlamentar — publicado 28/10/2024 07h00, última modificação 04/11/2024 17h19
Arraiá do povo ou da elite? Pergunta a vereadora Ângela Melo

Foto: Gilton Andrade

Arraiá do povo ou da elite? Perguntou na sessão desta terça-feira, a vereadora professora Ângela Melo ao criticar a organização do Arraiá do Povo realizado pelo Governo de Sergipe. 

“O Arraiá do Povo é só no nome”, critica a parlamentar ao lembrar que a elitização do evento promovida pelo governo estadual descaracteriza o forró, maior festa popular do nordeste que tradicionalmente representa a expressão cultural popular e acessível a todas as classes sociais.

A parlamentar destacou que na cidade cenográfica erguida pelo governo,  o povo tem acesso restrito. Ela deu como exemplo a estrutura da festa, claramente direcionada para as camadas sociais com maior poder aquisitivo, ressaltando o preço exorbitante de alguns serviços como bares caros instalados no local.

“A minha fala é a fala que está nas redes sociais e das pessoas que foram para a festa e demonstraram indignação. Depois das reclamações e a partir do apelo da população, o governador Fábio Metidieri liberou mais acessos, entretanto, a restrição econômica ainda continua e o governador  precisa ouvir mais a fala do povo”, ressalta .

Para a vereadora, o Arraiá do Povo está sendo comercializado e transformado em um produto para uma elite econômica, afastando-se de suas raízes e perdendo sua autenticidade para um padrão mais comercial, voltado para um público mais abastado, deixando de lado a classe trabalhadora e seu acesso a festas públicas. 

"Ao contrário do Arraiá do Povo,  a Rua São João é para o povo, onde lançamos ontem à noite a campanha de conscientização "Nesse São João, Respeite: Não é Não", uma iniciativa educativa de mobilização social  alertando sobre de violência contra a mulher", informou.  

Além disso, a vereadora aponta que certos lugares ou estabelecimentos tornaram-se exclusivos e inacessíveis para aqueles que tradicionalmente frequentavam espaços onde o forró era mais presente.

“O forró ainda é apreciado e praticado por pessoas de diferentes origens e classes sociais. Por isso é importante que exista a valorização deste espaço para todas as pessoas garantindo acesso da população a nossa festa mais popular. Afinal, Sergipe é o país do forró e o poder público tem o dever de manter esta tradição viva”, enfatiza.