Aribé acompanha projeto de acessibilidade no Augusto Franco
Estudantes de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Sergipe (UFS) vão elaborar e entregar à Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) projetos de melhorias de acessibilidade no Conjunto Augusto Franco. Nesse sábado, 4, os acadêmicos percorreram as ruas e praças do conjunto, acompanhados dos professores orientadores, para identificar as principais necessidades.
"Nós precisamos antes de tudo conhecer o bairro, as características arquitetônicas, socioeconômicas, para, numa segunda etapa, definir quais serão as ruas e calçadas onde proporemos as intervenções que garantam à população o direito de caminhar com acessibilidade e segurança", explica o professor César Matos e Silva.
"Estamos observando as áreas que têm uma demanda maior. O conjunto é muito grande e nós precisamos entender quais são os espaços que dispõem de equipamentos públicos que atraem o maior número de pessoas. Não adianta a gente contemplar, por exemplo, uma quadra onde só há unidades habitacionais e deixar de lado outra onde tem um posto de saúde ou uma escola", explica a professora Larissa Scarano.
O projeto de extensão nasceu em setembro do ano passado, durante a caminhada da 5ª Semana Aracaju Acessível, realizada no Augusto Franco. A intenção é ajudar a Prefeitura a cumprir a lei nº 4.867/17, de autoria do vereador Lucas Aribé (PSB), que determina a execução de um plano emergencial de recuperação de calçadas. De acordo com a legislação municipal, o Poder Executivo precisa recuperar, pelo menos, dois quilômetros de calçada a cada semestre. A intenção dos acadêmicos da UFS é entregar, no próximo mês de fevereiro, projetos que contemplem quatro quilômetros.
“As calçadas são espaços democráticos que possibilitam as pessoas, de diferentes idades e condições físicas, circularem pelas ruas da cidade. Em Aracaju a realidade ainda está muito distante do ideal, pois vemos calçadas cheias de buracos ou desniveladas, que representam um grande risco à população. A iniciativa dos professores e alunos da UFS é um apoio valioso para que a Prefeitura cumpra a lei nº 4.867 e, desta forma, garanta que idosos, crianças, gestantes e pessoas com deficiência circulem nas calçadas do município com segurança”, analisa Lucas Aribé.
A estudante de Arquitetura Hanita Passos Paim Carvalho, de 20 anos, compreende bem esta necessidade. "Sou moradora do Augusto Franco e, como vivencio o conjunto todos os dias, percebo que este projeto é realmente importante. A grande dificuldade aqui são as calçadas. Cada um constrói no nível que quer e andar nelas é impraticável. Trafegar de bicicleta na região dos canais também é difícil", exemplifica.
A professora Larissa Scarano ressalta a importância do projeto para a formação de arquitetos conscientes sobre a acessibilidade. "O profissional de Arquitetura e Urbanismo tem uma função social relevante. Por meio do desenho e do projeto ele pode contemplar a inclusão de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Nesta atividade no Augusto Franco, os alunos aprenderão a identificar as condições de acessibilidade, apresentar soluções adequadas e entender como se dá o diálogo da universidade com a Prefeitura e outros órgãos competentes. É um aprendizado que eles levarão para a carreira e para vida", analisa.