Após solicitação dos sindicatos, Câmara resolve adiar a votação de projeto do Executivo que reajusta somente em 4% o salário dos servidores municipais

por Camila Farias - Agência CMA — publicado 16/05/2024 12h31, última modificação 04/11/2024 17h20
Após solicitação dos sindicatos, Câmara resolve adiar a votação de projeto do Executivo que reajusta somente em 4% o salário dos servidores municipais

Foto: Gilton Rosas

Nesta quinta-feira (16/05), o presidente da Câmara recebeu os representantes de sindicatos dos servidores municipais de Aracaju, como o Sindicato dos profissionais do ensino do município (Sindipema), o Sindicato dos servidores públicos municipais (Sepuma), o Sindicato dos Agentes de Saúde e Endemias do Município de Aracaju (Sacema), assim como representantes do SMTT e da categoria dos enfermeiros. 


Também estiveram presentes os vereadores Sônia Meire, Pastor Diego, Isac Silveira e Ricardo Marques. A finalidade da reunião foi discutir sobre o reajuste salarial de 4% dos servidores municipais, que foi anunciado pela Prefeitura na terça-feira (14/05). Segundo os sindicatos, a prefeitura divulgou o percentual de reajuste sem conversar com os sindicatos e enviou o projeto para a Câmara de vereadores.  


De acordo com o vereador Ricardo Vasconcelos, “recebemos diversas categorias na Câmara Municipal que estiveram preocupadas com o projeto encaminhado pelo Executivo, que concede o reajuste de 4%. Eles têm uma ideia de que é possível proporcionar um ganho maior com a recomposição inflacionária do período anterior. Entendemos também que isso é plausível, mas não depende da Câmara de Vereadores. Nesta Legislatura, nós sempre estivemos ao lado de todos os funcionários públicos, apoiamos todas as causas que eles encamparam, mas nesse ponto específico nós temos que ter um diálogo mais profundo. Precisamos construir as pontes com o Executivo porque diz respeito a uma competência exclusiva de outro poder. Afirmamos o nosso apoio, vamos tentar abrir esse diálogo e pensar nessa possibilidade de aumentar esse percentual com o foco na recomposição inflacionária", explicou. 


O vereador Isac Silveira destacou que as categorias estão mobilizadas e trazem o “pedido de adiamento da votação do projeto até a assembleia ser realizada por esses servidores para decidirem se aceitam ou não a proposta. Fizemos um levantamento inflacionário e são 35% de perda nos últimos 7 anos. O ideal é ouvir as categorias, que é quem têm o poder de decidir se aceita ou não um projeto como esse”, afirmou. 



A vereadora Sônia Meire explicou que o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira,  não fez a recomposição dos salários a partir dos reajustes inflacionários de anos anteriores. “Tem um índice acumulado de 35%, nós já denunciamos isso o ano passado, quando o projeto veio pra a CMA. Mais uma vez, Edvaldo mandou um índice de 4%, usando um argumento de que não pode dar um aumento maior por conta do ano eleitoral. Ele sabe que a recomposição do índice inflacionário é possível de ser feita. Nós já dissemos anteriormente que não iríamos aceitar votar em um projeto de lei que não tivesse sido discutido com as categorias. E foi exatamente o que ele fez, ainda anunciou por meio das redes sociais. Isso é um absurdo, é um desrespeito com os trabalhadores, é um desrespeito com a Câmara Municipal. E daí nós tomamos a seguinte decisão:  não vamos votar esse projeto, pelo menos esse é o apelo que o movimento está fazendo para a Câmara Municipal, que a gente não coloque em pauta esse projeto, enquanto não houver um debate da Prefeitura com as categorias. As categorias se reunirão em assembleias para definir se irão aceitar ou não os 4%, mas, em princípio, há uma perspectiva de lutar pela recomposição do índice inflacionário, que dá em torno de 18 a 19%. Então, aguardaremos a decisão”, pontuou. 


O presidente do Sindipema,  Obanshe Severo, participou da reunião e explicou que as categorias têm a intenção de “abrir um canal de diálogo para que a Câmara possa intermediar e o Executivo melhore o projeto, além de realizar uma proposta a partir da demanda das categorias.” Inclusive, explicou  Obanshe Severo que existem categorias que estão cobrando o pagamento e implementação do piso.