Amanhecer por Marielle: em ato pelos 5 anos do assassinato de Marielle Franco , vereadora Sonia Meire pede justiça
Há cinco anos uma pergunta ecoa, não só no Brasil, como em vários lugares do mundo: QUEM MANDOU MATAR MARIELLE? Ex-vereadora do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), 5ª mais votada no município do Rio de Janeiro que foi brutalmente assassinada em 14 de março de 2018. Marielle Franco, mulher, negra, mãe, cria da favela da Maré, socióloga com mestrado em Administração Pública, foi eleita Vereadora da Câmara do Rio de Janeiro, com 46.502 votos e foi também Presidente da Comissão da Mulher da Câmara.
A história de Marielle atravessa histórias de muitas mulheres no Brasil. Como ela afirmou em discurso na Câmara Municipal do Rio de Janeiro “Não serei interrompida!”, Marielle se tornou semente e suas lutas e força seguem impulsionando mulheres, juventude e movimentos sociais por todo país. Atuava ativamente na Câmara Municipal e também fora dela, junto a movimentos sociais, comunidades, na defesa dos direitos humanos, das mulheres, da democracia, contra violência machista, contra discriminação racial, em defesa da diversidade e de toda forma de amar.
Marielle contribuiu com sua atuação para projetos de lei em defesa da vida das mulheres, juventude negra, contra a violência obstétrica, em defesa das creches para filhos e filhas de mulheres trabalhadoras e periféricas, em defesa do direito a moradia digna e pelo fim da violência policial e miliciana, nas periferias do Rio de Janeiro.
Na manhã desta terça-feira, 14, a vereadora professora Sonia Meire (PSOL) e a Gabineta Popular, estiveram na Ocupação do Centro Administrativo (OCA), bairro Capucho, reunidos com a comunidade para realizar um ato em memória a Marielle, com o Amanhecer por Marielle. Estiveram presentes sindicatos, representantes de Conselhos, e filiados do PSOL, a atividade foi realizada em parceria com PSOL Aracaju e a Ocupação do Centro Administrativo.
“A luta e as bandeiras que Marielle levantava não foram silenciadas. Há uma geração de mulheres que tem se engajado politicamente e tem se colocado na disputa dos espaços de poder e representação. Marielle está presente em cada uma e cada um de nós. Seguimos com o braço erguido e fazendo ecoar a semente um dia plantada por ela. Seguimos também cobrando justiça, que seja investigado quem foi o mandante desse crime”, ressaltou a vereadora Sonia Meire.
Marília Cerqueira da secretaria de mulheres do PSOL Aracaju ressaltou a importância da atividade e símbolo que Marielle Franco representa para as mulheres negras e juventude. “Marielle é símbolo de luta pelos direitos sociais, pelo bem viver e contra violência.”
Demétrio Varjão, presidente do PSOL Aracaju, destacou que Marielle Franco é símbolo de luta contra violência política, de gênero, LGBTQIA+ e racial. Geovana Sores, da assessoria parlamentar da deputada estadual Linda Brasil (PSOL), disse que Marielle tombou devido a uma sociedade machista, racista e lgbtfóbica mas que suas lutas e símbolo seguem vivos, impulsionando mulheres trans, negras, periféricas, a ocuparem os espaços de poder e decisão, na luta por um país justo e sem discriminação.
PL 119/2021 denomina Praça Marielle Franco
A vereadora professora Sonia Meire assumiu o cargo em 2 de fevereiro de 2023, e tem subscrito e defendido, projetos de autoria da ex-vereadora Linda Brasil (PSOL), um deles é Projeto de Lei (PL) 119/2021 que denomina a Praça Marielle Franco, a atual Praça do Coqueiral, no bairro Porto Dantas, que ainda não tinha um nome específico. O PL esta em tramitação, para aprovação em redação final.
Cinco anos sem Justiça
Em 14 de março de 2018 Marielle Franco e o motorista, Anderson Pedro Gomes, foram assassinados dentro de um carro, na região central da cidade do Rio de Janeiro, enquanto voltavam de um evento no bairro da Lapa.
De acordo com as informações da polícia, outro carro ficou emparelhado com o da vereadora, de onde saíram os disparos. Cinco anos depois a polícia ainda não identificou os mandantes do crime e também não se sabe qual teria sido o motivo dos assassinatos. O governo Lula enviou ao Congresso no início do mês Projeto de Lei para transformar o 14 de março no dia Nacional Marielle Franco contra a violência de gênero e política.
Ocupação do Centro Administrativo
A escolha de realizar o Amanhecer por Marielle na Ocupação do Centro Administrativo (OCA), tinha significado, na ocasião foi entregue o projeto de arquitetura feito por profissionais da área, que tem apoiado e contribuído voluntariamente com a comunidade.
“Esse projeto será muito importante para o processo de luta em defesa da doação do terreno, mostrando que não há conflitos de interesse e que é possível que a prefeitura construa uma praça sem retirar do terreno, as famílias que aqui estão há 30 anos”, explicou a líder da comunidade, Milleny Souza.
A OCA está localizada no bairro Capucho, uma ocupação urbana, com barracos de madeira e lona e casas de alvenaria, onde residem mais de 80 famílias.