Agentes de saúde e endemias recorrem ao apoio de Kitty Lima após corte de 90% no salário pela PMA

por Felipe Maceió, Assessor de Imprensa da parlamentar — publicado 11/09/2018 16h46, última modificação 11/09/2018 16h46
Agentes de saúde e endemias recorrem ao apoio de Kitty Lima após corte de 90% no salário pela PMA

Foto: Assessoria do parlamentar

O corte de cerca de 90% no salário do mês de julho dos agentes de saúde e endemias de Aracaju, realizado pela Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), pegou esses trabalhadores de surpresa. O fato é denunciado pelo Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate à Endemias de Aracaju (Sacema), que considera a atitude uma “retaliação” por parte do prefeito Edvaldo Nogueira após a paralisação geral e os atos de protestos promovidos pela categoria que reivindica melhores condições de trabalho e reajuste salarial, defasado há dois anos.

De acordo com o presidente do Sacema, Vinícius Ribeiro, a categoria realizou paralisação nos dias 30 e 31 de julho como forma de chamar a atenção do Executivo Municipal para o atendimento às reivindicações. Sem sucesso, os agentes iniciaram então a ‘operação tartaruga’, isto é, uma redução na produtividade diária, fato que teria culminado na postura adotada pela PMA.

“Foi a forma que encontramos para pressionar o prefeito a nos ouvir e abrir o canal de diálogo. Estamos há dois anos sem reajuste e brigamos ainda por melhores condições de trabalho, mas, infelizmente, Edvaldo Nogueira tem nos ignorado totalmente. Diante dos nossos atos, a prefeitura cortou cerca de 90% do salário dos agentes, e muitos estão hoje literalmente passando fome e sendo despejados das casas onde moram de aluguel”, revelou Vinícius.

Para o sindicalista, o prefeito promoveu o corte como retaliação aos trabalhadores que fizeram parte dos movimentos, cerca de 40% dos 1080 agentes de saúde e endemias.

“É um absurdo. São pais e mães de família que dependem dessa renda para sustentar suas famílias e que agora estão passando por necessidade. É interessante deixar bem claro que nós não recebemos nossos vencimentos por produtividade, nosso ponto é aferido pela assiduidade e não pela produção, até porque para o prefeito cortar nosso ponto por conta da produção ele tem que remunerar a mais aqueles que trabalham a mais, o que não é o caso”, pontuou Vinícius, esclarecendo que com salário médio de R$ 1200, os cortes promovidos pela prefeitura aos trabalhadores chegam a R$ 1100 em alguns casos.

Representantes do Sacema estiveram na manhã desta terça-feira, 11, reunidos com a vereadora Kitty Lima (Rede), na Câmara Municipal de Aracaju (CMA), em busca de apoio para que as demandas dos trabalhadores sejam atendidas pelo prefeito.

 

“É um total desrespeito ao trabalhador que exerce sua atividade com responsabilidade, mas que não possui condições de trabalho adequadas. Dois anos sem reajuste e sequer uma abertura para dialogar é inconcebível. Venho denunciando essa postura do prefeito Edvaldo Nogueira há muito tempo, a falta de transparência e de diálogo já se tornaram marca registrada da sua administração. A atual gestão não respeita e nem valoriza os servidores, e esse corte nos salários é a prova cabal da política opressora que tem sido adotada. Tentarei intermediar esse diálogo com a prefeitura porque essa situação passou dos limites”, afirmou Kitty Lima.

 

“Buscamos preservar o percentual de trabalhadores atuando durante nossos atos para não deixar a população desassistida, mas infelizmente a preocupação que nós tivemos não é a mesma que o prefeito Edvaldo Nogueira tem com os aracajuanos. O único posicionamento dele em relação a esse assunto foi em uma live em uma rede social, onde ele disse que pretende negociar de forma individual a situação, um total desrespeito a representação oficial da categoria legalmente constituída e reconhecida pelo MPE [Ministério Público Eleitoral]. Ele quer agir dessa forma para subjugar o trabalhador e empurrar o acordo que ele bem entende, ao invés de promover o diálogo com toda a categoria. É bom deixar bem claro que foram os movimentos social e sindical que construíram o mandato que ele exerce hoje”, disse o representante.

 

O sindicado irá se reunir com a categoria nos próximos dias para estudar a melhor forma de continuar pressionando a PMA no atendimento às reivindicações e avaliar os próximos atos.

 

“Continuar na luta é um direito essencial para esses trabalhadores, por isso acompanharei esse caso e pressionarei a prefeitura para que esta situação absurda seja resolvida. O que não pode é o prefeito prometer algo e depois dar as costas dessa forma sem abri nenhum canal para o diálogo. Não podemos aceitar isso”, lamentou Kitty LIma.