“Somos maioria da população e minoria nos espaços de poder”, diz Bittencourt sobre o Dia da Consciência Negra

por Acácia Merici, Assessora de Imprensa do parlamentar — publicado 21/11/2018 17h45, última modificação 21/11/2018 17h45
“Somos maioria da população e minoria nos espaços de poder”, diz Bittencourt sobre o Dia da Consciência Negra

Foto: Gilton Rosas

Durante a Sessão da Câmara Municipal de Aracaju desta quarta-feira, 21, o vereador Professor Bittencourt (PCdoB) falou sobre o Dia da Consciência Negra. Ele parabenizou todas as entidades, instituições públicas e privadas, escolas e movimentos populares que organizaram palestras, seminários, exposições e apresentações culturais para tratar desse tema tão importante ao longo da semana. Na ocasião, destacou a instalação do Conselho Municipal de Participação e Promoção da Igualdade Racial (CMPPIR), onde foram empossados 17 conselheiros: nove de entidades da sociedade civil e oito de organizações governamentais.

“Torço para que esse seja um instrumento efetivo de cobrança de Políticas Públicas, fiscalizar e atuar em estratégias ligadas à promoção da igualdade racial e vigilância a todo tipo de discriminação. Nós, brasileiros, infelizmente, somos vítimas e agentes propagadores dessa violência. Parabenizo o prefeito Edvaldo Nogueira por saber da importância desse Conselho Municipal. Ele, mais uma vez, reafirma o seu respeito e cumpre o compromisso com os aracajuanos”, afirmou o parlamentar, reforçando que existe um projeto para a implantação do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial.

“O Conselho será fundamental para a valorização das pessoas e o fortalecimento de políticas afirmativas em favor do respeito e da igualdade. Quando fui secretário de Estado dos Direitos Humanos, encaminhei à Casa Civil um projeto para a criação do Conselho Estadual. Ao conversar com a futura vice-governadora Eliane Aquino sobre isso, ela informou que projeto já está na Procuradoria Geral do Estado e, em breve, será implantado. A soma dos esforços é essencial para que possamos vigiar ações legais e toda discriminação seja punida”, pontuou.

Ainda na Tribuna, Bittencourt ressaltou a representatividade da população negra nos espaços políticos e sociais no Brasil. No país, 54% da população é negra. “Somos maioria numérica mas minoria nos poderes econômico, político e institucional. A presença de negros no Congresso Nacional é de quase 20%. Na Câmara de Aracaju, é muito baixa. Na publicidade, a presença feminina é próxima a 1%. Somos uma parcela da população fragilizada pelo preconceito racial, que herdamos da elite escravocrata brasileira. Infelizmente, o Brasil foi o último país a abolir. Ainda absorvemos todas as formas de racismo na sociedade, nas escolas ou nas instituições. É preciso que se desconstrua a cultura do preconceito e que as pessoas sejam educadas para não ser racistas”, enalteceu.

Para Bittencourt, é preciso lutar por um Brasil mais justo e igualitário. “Temos que preparar as nossas crianças para que não sofram com atos preconceituosos verbais ou físicos. Isso pode ser feito no diálogo, com medidas educativas, ações propositivas, aplicação de leis que a população negra esteja presente. Percebemos, na maioria dos anúncios publicitários que, a figura apenas do branco. Aracaju parece até que vende apartamento para a Noruega, por exemplo. Na cabeça de algumas pessoas, o negro deve estar na escala social bem inferior. Queremos um mundo com igualdade, justiça, liberdade e sem ignorância. Precisamos do reconhecimento que vai além do berço da nossa cultura”, afirmou.