“Só em Aracaju uma secretaria impõe o tempo de atendimento dos médicos aos pacientes”, critica Emília
por Andréa Lima, Assessoria de Imprensa da Parlamentar
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publicado
28/10/2024 07h00,
última modificação
04/11/2024 15h20
Em tom de indignação a vereadora Emília Corrêa (Patriota) reproduziu em sua fala e expôs no Plenário do Legislativo Municipal a Nota do Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe (Sindimed-SE) em que repudia a atitude da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) sugerindo que os médicos lotados no Centro de Especialidades Médicas (Cemar) e nas Unidades de Saúde, atendam os pacientes em 10min ou 20min para que mais pessoas sejam agendadas.
“Têm coisas que ultrapassam o absurdo e esta é um exemplo. Quem já se viu limitar o tempo de atendimento aos pacientes como se todos os casos fossem resolvidos em poucos minutos? Será que a própria secretária, que é médica não sabe disso?, questionou Emília.
A líder da oposição na Casa disse ainda que tal atitude revela e, muito, a forma como a prefeitura cuida da saúde municipal. “Isso é, acima de tudo, antiético. Senhor prefeito, tenha mais responsabilidade com suas escolhas. Tenha mais compromisso com o povo. É desta forma, com essa imposição que uma das ‘melhores secretárias de saúde’, com muitos avaliam, deve agir? Pode estar atendendo os seus interesses, mas da população, não!”, lamentou.
Nota do Sindimed
Em trecho da Nota do Sindimed direcionado à sociedade, eles esclarecem que é impossível dar um atendimento adequado em poucos minutos.
(…) “É impossivel dar um atendimento adequado a cada caso se o médico seguisse a orientação da Secretaria Municipal de Saúde em atender cada paciente em 10 ou 20 minutos, para que mais pacientes sejam marcados.
No entendimento do Sindicato, essas marcações são excessivas e errôneas, por estarem acima da capacidade técnica de atendimento pelo médico, dentro da sua carga horária de trabalho. Tal situação irá causar desmarcações de atendimentos por falta de tempo, e esses pacientes desmarcados poderão se voltar contra os médicos, a ponto de haver agressões tanto verbais quanto físicas por parte dos pacientes ou de seus familiares.
Desde já, o Sindimed ressalta que a responsabilidade pelas desmarcações é da própria Secretaria Municipal de Saúde e que, mesmo sob esse assédio profissional por parte da Prefeitura e sob o risco de agressões, cada médico continuará a dedicar-se a cada paciente o tempo de consulta necessário para cada individualidade, e os pacientes marcados em excesso, erroneamente agendados pela Secretaria de Saúde, não serão atendidos por falta de tempo, ficando a cargo da Secretaria as remarcações das consultas que são de sua responsabilidade.
O Sindicato faz questão de enfatizar que a necessidade de realização de concurso público para contratação de médicos no quadro da Prefeitura é urgente, já que o último certame ocorreu em 2011.
De acordo com a Política Nacional da Atenção Básica, para Aracaju seriam necessários, só de médicos na atenção básica, em torno de 270 profissionais. Atualmente, existem aproximadamente 100 médicos”.