“O que Israel tem feito contra o povo palestino é um genocídio”, afirma a vereadora professora Sonia Meire (PSOL) em "Ato Político Cultural Palestina Livre!"

por Priscila Viana - Assessoria de Imprensa da Parlamentar — publicado 28/10/2024 07h00, última modificação 04/11/2024 17h20
“O que Israel tem feito contra o povo palestino é um genocídio”, afirma a vereadora professora Sonia Meire (PSOL) em "Ato Político Cultural Palestina Livre!"

Foto: Assessoria de Imprensa

Mais de 80 organizações em Sergipe, entre sindicatos e movimentos sociais do campo e da cidade, coordenaram o “Ato Político Cultural Palestina Livre!” na noite da última sexta-feira, 3. Realizado em frente à sede da Central Única dos Trabalhadores - Sergipe (CUT-SE), o Ato conclamava o fim imediato do genocídio contra o povo palestino, imposto pelo Estado de Israel com o apoio dos Estados Unidos.

Para a vereadora professora Sonia Meire (PSOL), é urgente que as nações adotem sanções punitivas a Israel. “Exigimos que o governo brasileiro corte as relações com Israel imediatamente. É inadmissível a guerra a que têm submetido a população de Israel. Já são mais de 6 mil pessoas mortas, entre crianças e mulheres. A cada 15 minutos, uma criança é morta. Precisamos avançar na luta em defesa do povo palestino”, destacou a vereadora do PSOL.

O Ato teve a presença maciça de comunidades muçulmanas que vivem em Sergipe e foi marcado por uma série de discursos em solidariedade ao povo palestino e pela participação ao vivo, por meio de videochamada, da palestina Hyatt Omar. Hyatt contextualizou o cenário atual do conflito, agradeceu a solidariedade do povo sergipano e reforçou a importância do apoio mundial para a luta pelo direito ao território e à liberdade.

Além dos diálogos emocionantes, o Ato também contou com apresentações culturais de artistas sergipanos, como Patrícia Luz, RD Bal@ Hip Hop, Milene Sereia, Shing, Maísa, Gelba e Budapeste, Mono Demo, Soma MC, Menino de Rua do Coletivo Arte Cultural do Mops, Coletivo de Rua Aberto, Axé Kizomba, Roda de Juventude e Cultura de Periferia (Consciência Negra).

 Desrespeito do governo Fábio Mitidieri

 Mesmo com todas as manifestações da população sergipana em defesa das vidas, do território e da liberdade do povo palestino, o governador de Sergipe, Fábio Mitidieri, mostrou de que lado ele está, quando nessa manhã desta segunda-feira, 6, autorizou o hasteamento da bandeira de Israel ao lado da Bandeira do Estado de Sergipe no Palácio do Governo - região central da capital Aracaju.

Com a repercussão negativa e os protestos de vários segmentos sociais, em poucas horas a bandeira foi retirada da haste oficial. Mas, a posição de Mitidieri esteve lá e continuará enquanto não houver explicações para a população. “O governador esqueceu que ele não representa a posição de todo o povo sergipano para expressar em um patrimônio público a bandeira do Estado assassino de Israel, mesmo sendo governador”, destacou a vereadora professora Sonia Meire (PSOL).

Carta ao governo brasileiro

 A “Carta ao Governo Brasileiro - Manifesto das organizações e coletivos sergipanos na luta contra o genocídio ao povo palestino”, assinada por mais de 80 organizações em Sergipe que conduziram o “Ato Político Cultural Palestina Livre!”, ressalta a gravidade das ações do Estado de Israel e reforça a “solidariedade internacional efetiva com o povo palestino, afirmando seu direito à vida, à liberdade, à terra e à dignidade”.


 CARTA AO GOVERNO BRASILEIRO

MANIFESTO DAS ORGANIZAÇÕES E COLETIVOS SERGIPANOS NA LUTA CONTRA O GENOCÍDIO AO POVO PALESTINO

O mundo está testemunhando um dos momentos mais trágicos do século, com a escalada do genocídio do povo palestino praticado pelo Estado de Israel na Faixa de Gaza.

O massacre contra o Povo Palestino só no último mês foi responsável pela morte de mais de 3500 crianças.

Portanto, diante dos crimes contra a humanidade cometidos por Israel, nos somamos às milhões de vozes que expressam a solidariedade internacional efetiva com o povo palestino, afirmando seu direito à vida, à liberdade, à terra e à dignidade. Silenciar-se, neste momento, implica a intolerável cumplicidade com o extermínio de um povo. Permaneceremos em estado de luta e mobilização em busca de justiça para o povo palestino, sempre sensíveis aos chamados da população civil que vive sob ocupação e risco de extermínio.

O movimento negro e demais movimentos sociais, por sentirem na pele a minimização historiográfica da vigência da escravidão e por saberem que foram submetidos à colonização por meio de um processo contínuo de racismo e de genocídio, expressam sua profunda solidariedade com a luta pela libertação do povo da Palestina.

No dia 25 de outubro de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o que está em curso na Palestina não é uma guerra, mas um genocídio que já matou milhares de crianças. Cobramos do governo brasileiro uma postura assertiva e coerente diante da constatação desse genocídio. Trata-se de reivindicar uma posição que condene as ações de extermínio em curso na Faixa da Gaza e não poupe esforços para um imediato cessar-fogo.

Diante da falência do sistema internacional, do apoio, cumplicidade e conivência dos Estados Unidos e da União Europeia, apelamos às autoridades para que o governo brasileiro:

a) sinalize de maneira enfática que não estamos dispostos a compactuar com o crime contra a humanidade em perpetuação na Faixa de Gaza; nem com a sua extensão, já em curso, para toda a Cisjordânia;

b) se una a todos os países que estejam dispostos a sustentar a lei internacional de maneira clara e consequente na Palestina;

c) revogue imediatamente todos os acordos militares e de segurança já firmados com o Estado de Israel;

d) apoie a reativação do Comitê da ONU contra o crime de apartheid, para que ele possa averiguar e encaminhar para julgamento o caso atualmente em curso no território da Palestina histórica.