“Nosso partido vai continuar lutando para que a investigação do caso Marielle se aprofunde", destacou Sonia Meire
Na noite dessa quarta-feira (10), a Câmara Federal aprovou por 277 votos favoráveis à manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão (União Brasil), um dos mandantes da morte da ex- vereadora pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol), Marielle Franco, no Rio de Janeiro. Apesar da extrema direita se utilizar dessa prisão para querer calar e abafar o caso, a vereadora Sonia Meire (Psol) afirmou que o partido não se calará e continuará cobrando mais desdobramentos sobre o assassinato.
“Foi uma vitória conquistada o posicionamento pela manutenção da prisão de Chiquinho Brasão. Ele está preso por um combo de crimes que tem que ser investigado. E como agente público, ele não pode permanecer agindo, porque foi exatamente nesse ambiente que se colocou em risco a investigação para identificar quem matou Marielle Franco. Aqueles que dizem que está acabado porque já foi identificado os mandantes, não está acabado. Nosso partido vai continuar lutando para que a investigação se aprofunde cada vez mais”, destacou a vereadora Sonia Meire.
A luta do Psol continuará para que o próximo passo seja a perda do mandato do deputado e pelo fim das milícias e de todo o crime organizado que ocupa diferentes setores das instituições públicas. A manutenção dessa prisão é uma vitória da democracia, uma vitória para as mulheres, para a população negra, para a população LGBTQIAPN+ e para a população mais pobre deste país.
Chiquinho Brazão foi preso preventivamente no dia 24 de março. O irmão dele, Domingos Brazão, Conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), também foi detido. A decisão foi tomada pelo Ministro Alexandre de Moraes e referendada pela 1ª Turma da Corte. A Constituição prevê, no entanto, que prisões de parlamentares no exercício do mandato têm de ser submetidas aos plenários da Câmara.
A Polícia Federal concluiu que a morte da vereadora foi encomendada pelos dois e também identificou que o delegado Rivaldo Barbosa, então chefe da Polícia Civil do Rio na época do crime, atuou no planejamento e para atrapalhar investigações. Ele também foi preso no mês passado. Em delação, Ronnie Lessa, executor do assassinato, indicou que a morte de Marielle foi arquitetada pelos irmãos Brazão como reação à atuação dela contra um esquema de loteamentos de terra em áreas de milícia na Zona Oeste do Rio, reduto eleitoral deles.
"Essas milícias têm o apoio e o total financiamento de pessoas públicas que ocupam Câmaras, Assembleias e Tribunais de Contas. E, por isso, vamos continuar firmes na campanha ‘com milícia, não tem jogo’, por justiça e contra as organizações criminosas dentro da política e dentro do estado brasileiro”, finalizou Sonia Meire.