“Não se permita ser usado pelo diabo”, aconselha Cabo Amintas
por Evenilson Santana, Assessoria de Imprensa do parlamentar
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publicado
30/04/2019 16h25,
última modificação
30/04/2019 17h00
A manhã desta terça-feira, 30, foi marcada por mais um discurso firme do vereador Cabo Amintas (PTB) na Tribuna da Câmara Municipal de Aracaju (CMA). O parlamentar abordou, desta vez,o abandono da EMEF Carvalho Neto, no Bairro Novo Paraíso. Além disso, Amintas ainda destacou o vereador Pastor Carlito Alves (PRB), mostrando a incoerência do membro da Casa Legislativa quanto as recentes declarações sobre o militar.
Iniciando sua fala, o parlamentar lamentou o falecimento do soldado Lucas Yuri dos Santos Pinto, vítima de acidente automobilístico na manhã de hoje. “Que Deus conforte a todos os amigos e familiares nesse momento de dor. E que o Yuri esteja em um lugar de paz, bem mais tranquilo que essa terra”, afirmou.
Em seguida, foi momento do vereador voltar a falar da situação de descaso instalada na EMEF Carvalho Neto. Amintas esteve na escola na noite de ontem, 29, durante live do programa Nas Ruas, exibido em suas redes sociais, para mostrar o contínuo estado de abandono da instituição de ensino. Com um bolo, o vereador esteve ao lado da população, “cantando parabéns” e ironizando os 5 anos de obras paradas.
“Cinco anos sem obra, sem nada naquele colégio. Alguns colegas vereadores dizem que a educação está uma maravilha, o líder do prefeito disse que em 10 dias estaria resolvido, mas hoje fazem 16 dias desde que estive na escola pela primeira vez. Desse jeito vocês vão me engordar porque a comunidade me convidou agora para uma feijoada no colégio. Ontem estive lá, com o bolo e a ‘comemoração’ de 5 anos. Agora vai ter a feijoada. Quando é que vamos ter aula naquela escola? Quando é que vamos ter a reforma? Quando acontecer um estupro, um homicídio naquela escola, nós seremos culpados também. E provavelmente, o sangue de um inocente vai estar na mão de colegas vereadores”, protestou.
Outro assunto que foi abordado por Amintas durante seu discurso no Grande Expediente foi uma entrevista dada pelo vereador Pastor Carlito Alves, recentemente. Na declaração, o pastor chama Cabo Amintas de “louco” e afirma que o militar na reserva “precisa de ajuda psicológica”. O episódio, de acordo com o petebista, fez seu pai, um idoso de 80 anos, chorar. Além de abalar sua mãe, também idosa.
“Senhores, eu cheguei em casa semana passada e encontrei meu pai, um senhor de 80 anos, chorando. Graças a uma entrevista sua, Pastor Alves, que resolveu me julgar. Quero informar à população de Aracaju, que não recebi nenhum comunicado de nenhum procedimento da Comissão [de Ética]. O que recebi foram vídeos sendo acusado por um colega, então relator da Comissão, me chamando de ‘louco’. Ele [Pastor Alves], que estava fora do plenário, ao lado de uma psicóloga — que eu sugiro ao Conselho de Psicologia que verifique quem é — pois deu o meu ‘laudo’, disse que eu precisava ser tratado”, explicou.
“Mas eu não vou partir pra agressão, não vou fazer isso com o senhor”, continuou, “o que o senhor fez com a minha família, com o meu pai e a minha mãe, eu não vou responder com agressão”.
Então, o vereador citou a bíblia, particularmente o evangelho de João, capítulo 8, destacando o versículo 7, que diz “se algum de vocês estiver sem pecado, atire a primeira pedra”. Em seguida, exibiu um vídeo de março de 2017, em que o Pastor Carlito Alves, se envolvia num entrevero com o também vereador Fábio Meireles (PPS). Nas imagens, o presidente da Câmara, Josenito Vitale (PSD), pedia calma aos pares da Casa, suspendendo a Sessão.
“Pasmem, população aracajuana, eu já estava julgado e condenado nesta Casa. Passei todos esses anos aqui dizendo para não me apontar o dedo quem tem o rabo do lado de fora. De onde saiu esse vídeo, tem muito mais. Vejam como o mundo dá voltas! Em 2017, fui eu que ajudei a impedir uma agressão nesta Casa, numa discussão em que vereadores usaram palavras que eu também usei recentemente. As mesmas palavras”, arrematou.
Por fim, Cabo Amintas ainda ressaltou o fato de não ter recebido nenhuma notificação sobre denúncia ou queixa da Comissão de Ética ou de algum outro colega da Casa Legislativa.
“Eu gostaria de saber quem foi o colega que oficializou alguma queixa em relação a mim. Quem foi? Porque o prazo era até quinta-feira passada e não recebi nada. Se o próprio vereador Vinícius Porto (DEM), que seria a parte ofendida, de acordo com os colegas, não oficializou nada contra mim, eu estou sendo acusado de que? Alguém pode me dizer? [...] Vejam só, quando eu disse aqui que não tem nenhum processo oficialmente aberto, o vereador Pastor Alves gritou ali e todo mundo ouviu: ‘mas vai ter!’. E não existe prazo? Agora as coisas são assim? ‘Eu quero, então vai ter’... Vereadores, se eu tivesse que pedir desculpas, isso não me faria menos homem. Pelo contrário, eu seria mais homem do que os que tentam me apunhalar. Senhores, cuidado na hora de apontar o dedo. Às vezes temos a memória curta, né? E o que fazemos de errado, esquecemos. Só lembramos de apontar o outro. Todos já cometemos excessos nessa Casa, mas eu sei que tudo isso está sendo feito pra uma coisa: apagar a Máfia dos Shows. Eu tenho um conselho para o Pastor Carlito Alves. Só um conselho, meu irmão: Não se permita ser usado pelo diabo, não”, concluiu.
Apesar de toda a situação, o vereador Pastor Carlito Alves utilizou a Tribuna para se justificar. No momento de explicação pessoal, Carlito botou panos quentes na confusão ocorrida há dois anos e apontou que logo após o acontecido, os parlamentares envolvidos se desculparam e seguiram adiante. Objetivando a mesma coisa nesse momento, o vereador pediu perdão à Amintas pelas ofensas proferidas e protagonizou um abraço com o militar, para selar a paz.