“Mulheres continuam sendo assassinadas”, diz Anderson de Tuca sobre índice de feminicídio

por Neto Menezes, Assessoria de Imprensa do parlamentar — publicado 05/03/2020 16h15, última modificação 05/03/2020 16h13
“Mulheres continuam sendo assassinadas”, diz Anderson de Tuca sobre índice de feminicídio

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De acordo com levantamento feito pela Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSP-SE), no ano de 2019, os casos de feminicídio cresceram em torno de 43,2% em relação aos anos anteriores. As estatísticas também apontam que além do feminicídio, são registrados casos com números expressivos de vítimas, em torno dos crimes de Ameaça, Lesão Corporal, Injúria, Vias de Fato, Violência Doméstica, Difamação, Dano, Estupro, Estupro de vulnerável, Calúnia e Maus Tratos.

Ainda segundo a SSP-SE, contra estes crimes, só no ano de 2019 foram expedidos 529 medidas protetivas a favor das vítimas, além de 364 prisões feitas de agressores em flagrante. O vereador Anderson de Tuca (PRTB) ocupou a Tribuna da Câmara Municipal de Aracaju (CMA), nesta quinta-feira, 5, com o objetivo de falar sobre a problemática. “A atuação dos órgãos de proteção da mulher devem ser mais incisivos na descoberta destes crimes e no acolhimento destas vítimas. Mulheres continuam morrendo. Não podemos mais permitir isso. Venho de uma família onde o respeito sempre permeou. Casos de violência contra a mulher são inadmissíveis”, endossou Anderson.

O parlamentar ainda discutiu com os presentes, a ineficiência do sistema, que passou a considerar como feminicídio os crimes que antes eram considerados apenas como homicídios dolosos contra mulheres – mudança que elevou em disparada a taxa de feminicídios no Estado. “O poder público precisa reconsiderar a atenção dada para as políticas voltadas a proteção da Mulher e ao que tange a prevenção dos crimes. Muitas vezes, por não confiarem muito na ação dos mecanismos de proteção oferecidos e pela impunidade para os casos, muitas mulheres preferem o silêncio e assim, continuam na situação de vítima. Mas, mesmo assim é necessário gritar, falar e procurar os direitos que lhe cabem enquanto mulher. Nos casos de desrespeito, violência, maus-tratos, difamação ou qualquer outra coisa que fira a integridade e existência, é preciso não ter medo de denunciar”, reforçou o vereador.

O vereador Seu Marcos (PHS) saudou Anderson de Tuca e agradeceu pelo aparte cedido. Ainda, o parabenizou por abordar o assunto na Plenária. “É preciso que as autoridades do nosso país se atentem contra a violência contra a mulher. Parabenizo pelo tema e agradeço por ter contribuído para a aprovação da Lei nº 5.195/2019, que trata sobre o ensino da Lei Maria da Penha nas escolas de Aracaju e já encontra-se em vigor. Diante dos dados alarmantes sobre a violência expostos pelo senhor, as leis precisam ser mais efetivas e nós, quanto parlamentares, fazermos a nossa parte combatendo-a”, disse Seu Marcos.

O vereador Prof. Bittencourt (PC do B) também teve a palavra cedida pelo vereador Anderson de Tuca. Prof. Bittencourt o parabenizou pela fala e discursou sobre o feminicídio. “É um tema que precisa ser, cada vez mais, abordado na sociedade. São cerca de 4 mil mulheres assassinadas por dia – em sua maioria, pelos próprios companheiros. Então, quero parabenizá-lo pela fala e dizer que devemos reconhecer que não é um problema que permeia apenas as mulheres, porém, a sociedade como um todo”, frisou o parlamentar.