“Ditadura jamais, democracia sempre!”. Professora Ângela Melo relembra os 47 anos da Operação Cajueiro

por Assessoria de Imprensa da Parlamentar, Kátia Azevedo — publicado 28/10/2024 07h00, última modificação 04/11/2024 15h21
“Ditadura jamais, democracia sempre!”. Professora Ângela Melo relembra os 47 anos da Operação Cajueiro

Foto: Gilton Rosas

Em pronunciamento durante Sessão Legislativa da Câmara Municipal de Aracaju, nesta quinta-feira, 23, a vereadora professora Ângela Melo (PT) lembrou os 47 anos da Operação Cajueiro, completados na última segunda-feira, 20 de fevereiro.

Enfatizando que esta foi “uma das mais violentas ofensivas do período da ditadura militar, que prendeu 25 sergipanos, torturouprocessou militantes vinculados à esquerda em Sergipe e deixou consequências graves até hoje”, Ângela abriu o seu discurso com a leitura de um trecho do livro “A Tutela Militar em Sergipe – 1964/1984” do historiador Ibarê Dantas.

Em um dos relatos descritos no livro e reproduzidos pela parlamentar, é contado que no quartel, segundo depoimentos de alguns deles, colocavam um capuz que pressionava fortemente os olhos com borracha, despiam-no e, algum tempo depois, vestiam um macacão.

Em seguida, submetiam a exame médico, trancavam numa cela incomunicável e realizavam os interrogatórios entremeados de torturas, cujo nível dependia do estado de saúde e da capacidade de resistência do indivíduo (uma das curiosidades dos inquisidores era detectar onde se realizavam as reuniões clandestinas, para respaldar a acusação). Alguns que reagiram à prisão já foram recebidos debaixo de tapas. Quase todos teriam sofrido pancadas na cabeça, ‘telefones’, choques nas partes mais sensíveis do corpo, da língua aos testículos, bem como, tentativas de afogamento, golpes na altura dos rins de ambos os lados do corpo, entre outras sevícias”.

 A vereadora chamou a atenção também para a importância de transformação do relatório da Comissão Estadual da Verdade em livro, de modo a ser divulgado amplamente à população e utilizado em escolas e outros ambientes sociais e educacionais de Sergipe.

“Este é um relato profundamente tristemas lembrar este fato, que completou 47 anos no dia 20 de fevereiro, é uma forma de dizer que ele não deve voltar a ocorrer jamais em nossa história. Por isso, ditadura jamais, democracia sempre!”, destacou.